A crise provocada pela pandemia da Covid-19 veio criar, de forma mais acelerada, ainda mais desigualdades. Com efeito, o contexto atual tem vindo a colocar em evidência o aumento e a dimensão transversal das desigualdades e dos seus impactos. Torna-se por isso evidente – sem deixar de colocar o foco sobre a coesão social –  a importância de valorizar a competitividade territorial de forma a garantir prosperidade e desenvolvimento sustentável. Para além disso, num mundo tão complexo, os limites e possibilidades são também abalados pela velocidade, profundidade e extensão das transformações em curso, nomeadamente a transformação digital, a crise da democracia (populismos) e as mudanças climáticas, tornando imprevisível, até o futuro mais próximo. E, portanto, um setor que responda de forma eficaz à mudança e realidade da sociedade mais vulnerável, é essencial. O espírito de solidariedade e uma forte componente humana (human2human), são cada vez mais importantes no contexto adverso em que vivemos, onde várias famílias atravessam graves problemas financeiros, em que o número de desempregados aumenta diariamente e onde é cada vez menos garantido o acesso à educação a todas as crianças e jovens.

Assim sendo, poderá o terceiro setor e a economia social ser o ator chave para garantir uma sociedade mais coesa, em termos sociais, económicos e ambientais?  Estará o ecossistema do “propósito” e inovação social através das start-ups de impacto e da economia social a trazer os valores da solidariedade, democracia participativa e sustentabilidade para a nova economia, resolvendo problemas complexos em tempos de mudança? E como convive o sector social com a necessidade de inovar rapidamente para garantir uma abordagem socialmente responsável, sustentável e participativa de todos e para todos, com a sua própria sobrevivência e reconhecimento?

A AKF Talk online “O Futuro da Economia Social” irá trazer uma conversa sobre vários cenários possíveis para o setor,  e como os atores da economia social se preparam hoje, para o amanhã: que cenários se verificam ao nível da sustentabilidade e das tipologias de financiamento? Que novos formatos de parcerias na resposta aos desafios sociais? Será a economia de impacto o futuro e como esta dimensão se coaduna com respostas de emergência? O que tem tendência a desaparecer, o que tem tendência a aparecer? E o que fica a descoberto? E face a isso, como é que o setor se deverá equipar para estar preparado para as imprevisibilidades do futuro?  Num mundo cada vez mais ambíguo e complexo teremos de ter um conjunto de conceitos, competências e ferramentas ágeis para gerir incertezas e construir algo útil para as organizações, comunidades e parcerias.